quarta-feira, 6 de maio de 2009


Uma noz foi levada por um corvo até o topo de um alto campanário e, caindo numa fresta na parede, conseguiu escapar ao seu terrível destino.
Ela então suplicou à parede que a abrigasse, invocando a Graça de Deus, louvando a sua altura e beleza, e o nobre tom de seus sinos.
“Ai de mim!”, continuou, “como não fui capaz de cair sob os verdes ramos da minha velha mãe e me deitar no terreno pousio coberto por suas folhas secas, você, pelo menos, não me abandone. Quando me vi no bico do cruel corvo, jurei que se escapasse terminaria a minha vida num pequeno buraco.”
Ouvindo estas palavras, a parede, compadecida, de bom grado abrigou a noz ali onde ela havia caído.
Em breve, a noz se abriu: as raízes se estenderam pelas fendas forçando a passagem; os brotos avançaram em direção ao céu. Logo estavam mais altos que o prédio, e à medida que as raízes retorcidades engrossavam iam derrubando paredes e deslocando as velhas pedras.
Então a parede, tarde demais e inutilmente, lamentou a causa de sua destruição, e em pouco tempo só restavam ruínas.
Leonardo Da Vinci, 1452 - 1519
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Evite o infeliz e azarado, pois estados emocionais são tão contagiosos quanto as doenças. Ele contaminará você e causará seu próprio desastre.

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