Jogos durante o entrudo no Rio de JaneiroAquarela de
Augustus Earle, c.1822
Em finais do século XVIII, o
entrudo era praticado por todo o país, consistindo em brincadeiras e folguedos que variavam conforme os locais e os grupos sociais envolvidos. As primeiras tentativas de civilizar a festa carnavalesca brasileira foram através da importação dos
bailes e dos passeios mascarados parisienses, colocando o
Entrudo Popular sob forte controle policial. A partir do ano de 1830, uma série de proibições vai se suceder na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa grosseira.
Em finais do século XIX, toda uma série e grupos carnavalescos ocupam as ruas do
Rio de Janeiro, servindo de modelo para as diferentes folias. Nessa época, esses grupos eram chamados indiscriminadamente de
cordões,
ranchos ou
blocos. Em 1890,
Chiquinha Gonzaga compôs a primeira música especificamente para o Carnaval, "Ô Abre Alas!". A música havia sido composta para o cordão Rosas de Ouro que desfilava pelas ruas do
Rio de Janeiro durante o carnaval. Os foliões costumavam freqüentar os bailes fantasiados, usando máscaras e disfarces inspirados nos baile de máscaras parisienses. As fantasias mais tradicionais e usadas até hoje são as de
Pierrot,
Arlequim e
Colombina, originárias da
commedia dell'arte.
Atualmente, no Rio de Janeiro e em várias grandes e pequenas cidades, as
escolas de samba fazem desfiles organizados, verdadeiras disputas para a eleição da melhor escola do ano segundo uma série de quesitos. Com o crescimento vertiginoso dessas agremiações o processo de criação se especializou gerando muitos empregos concentrados, principalmente, nos chamados
barracões das escolas de samba.
O desfile mais tradicional acontece no
Rio de Janeiro, na Passarela do Samba, como é chamado o
sambódromo carioca, primeiro a ser construído no Brasil. Outros desfiles importantes ocorrem em
Florianópolis,
Porto Alegre,
Manaus e em
Vitória. Recentemente o desfile das escolas de samba de
São Paulo adquiriu relevância ao passar a ser transmitido pela
Rede Globo para todo o país.
Além dos desfiles das escolas de samba acontecem também os desfiles de
blocos e
bandas, grupo de pessoas que saem desfilando pelas ruas das cidades para se divertir, sem competição. Também existem os ébailes de carnaval, realizados em clubes, ou em áreas públicas abertas, com execução de músicas carnavalescas.
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.